Já conhecia a cidade. Os seus usos e costumes. Tanto os de dia, como os da noite. Sob a luz do sol, ou entre as sombras. Fruto de alguns meses de muito estudo e de algumas deambulações.
Mas havia que pensar no presente, e também no futuro próximo. Precisava de arranjar um expediente para aumentar os ganhos, que se vêm revelando justos para manter o nível de vida.
Uma parte daqueles destinar-se-ia, naturalmente, a adquirir livros. Não me era suficiente tocar nas suas capas, ou folhear as suas páginas. Precisava de os ter comigo, de os poder transportar o conhecimento e imaginação, de aumentar o número dos meus companheiros de viagem.
Uma outra parte seria necessária para preparar a próxima viagem, agora que a minha estadia em Paris se aproximava do fim.
Felizmente não era difícil, a alguém da minha condição e com os meus conhecimentos, de encontrar alunos necessitados de aulas particulares.
Temos também de levar em linha de conta o facto de muitos professores terem um rendimento auxiliar como advogados, pregadores, presidentes de colégios, membros de conselhos de universidade ou de faculdade, bibliotecários, professores particulares, etc. (*)
E foi assim que os meus dias se tornaram mais longos, entre os tempos na Universidade, as aulas particulares e cada vez menos tempos de ócio. Em compensação, teria mais volumes para transportar. E também uma bolsa um pouco mais recheada.
Uma viagem à boleia de Newton, um jogo de Nestore Mangone e Simone Luciani, Ediciones Mas que Oca (2018) sob licença de Cranio Creations.
(*) História da Universidade na Europa, Vol. II – As Universidades na Europa Moderna (1500-1800), Coordenação de Hilde de Ridder-Symoens, Imprensa Nacional Casa da Moeda (2002).
(*) História da Universidade na Europa, Vol. II – As Universidades na Europa Moderna (1500-1800), Coordenação de Hilde de Ridder-Symoens, Imprensa Nacional Casa da Moeda (2002).
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