29 de outubro de 2022

Fim de semana em Viana

 

Sexta-feira à tarde, 21 de outubro. Hora de rumar a norte em direção a Viana do Castelo, para a terceira convenção do ano, depois da LeiriaCon e da RiaCon. Desta vez com estadia e horário completo na agenda, para aproveitar ao máximo a oportunidade de encontros, reencontros e descobertas à mesa.

Uma viagem em tons de cinza, a antecipar o contraste com as cores que por lá esperavam, com chegada a tempo da rápida instalação, uma olhadela ao monte de Santa Luzia, já escurecido, e um jantar rápido em local quase deserto, onde se discutia, mais do que se via, um jogo de futebol.



A VianaCon tinha de facto já começado, à tarde, mas numa sessão dirigida às escolas. Para mim começou à noite, no Café Concerto do Teatro Municipal Sá de Miranda, um espaço diferente para um acolhimento aos participantes e visitantes de ocasião.

Os primeiros encontros, a escolha de uma mesa para evitar os lugares mais tradicionais de bancada, uma sessão de quiz sobre jogos, claro, e um primeiro protótipo para experimentar. Na companhia do Pedro Santos e da Maria Mota, fortíssimos nas respostas, e do André Santos, o autor do jogo, depois de um Roll’n Write em tempos de pandemia, e do Neotopia, a sair brevemente. Teste a sério do protótipo, experimentando estratégias limite, discutindo processos, debatendo afinações.




Sábado, o primeiro dia no Centro Cultural e de Congressos, com o interior acolhedor em tons de madeira, e o rio Lima ali ao lado. Excelente espaço para estes tipo de eventos, com mesas de ótima dimensão. Faltava, talvez, um zona de café, para ir repondo os níveis!

Foi dia de conversas. Com a Marlene e o Luís, da Salta da Caixa, sobre os projetos que aí vêm para trazer mais jogos em português. Com o Manuel, do café de jogos A Jogar é que a gente se entende (ainda não foi desta que por lá passei...), mesmo com o membro mais novo da família ao colo. Com o Luís Baixinho, um dos organizadores, da ficção científica ao ensino (ambos fãs do genial conto Profissão, de Isaac Asimov), do Lego aos jogos dos anos 80. O Pedro Kerouac, habitual conversador destas andanças. O Hugo, com jogos em desenvolvimento, e um teste prometido para a InvictaCon. O Nuno Rebelo e os projetos dos Boardgamers de Aveiro. Entre outros. 

Um primeiro encontro também com o João Cotrim, parceiro dos últimos meses em traduções e revisões de livros de regras para a belga The Geeky Pen.




E, finalmente, foi desta (!): o encontro com o Orlando Sá. Os primeiros contatos começaram, como muitos outros, em trocas de mensagens em grupos de jogos no Facebook. Mais tarde veio um convite, inesperado, para experimentar o Rossio, em fase quase final de desenvolvimento e de afinação do modo a solo. A estas colaborações seguiu-se o Pessoa, para além de conversas e ideias várias, ciclismo incluído. 

Ainda bem que, neste mundo-de-jogos, podemos ocupar quer o espaço virtual, quer o espaço físico, e tirar partido de ambos!

Neste caso ainda com um bónus, um workshop bem interessante sobre a criação e desenvolvimento de jogos, da ideia aos protótipos, dos testes aos livros de regras, da mesa de casa às editoras.




Depois, foi tempo de jogar, descobrindo novos jogos. E se, em Leiria, praticamente só joguei protótipos, em diferentes fases de desenvolvimento, desta vez foram só jogos já publicados, com mais ou com menos anos. Mesas partilhadas com o Tiago, o Sérgio, o Eduardo, a Filipa, o Nuno, o Pedro Kerouac e o Luís Júnior.


Glory to Rome - Gerindo personagens para reconstruir Roma


Parks - Percorrendo os Parques Nacionais dos EUA

Sobek - Colecionando recursos no Antigo Egipto


Abomination - Frankenstein revisitado


Viticulture - Produzindo vinhos na Toscânia

15 de outubro de 2022

Serei Rei!

 


A Grande Ilha perdeu o seu Rei. E, como em muitas histórias, havia os escoceses, os galeses e os ingleses. Mas tu não pertences a qualquer um destes grupos. És um nobre que almeja alcançar o trono. Porém, não és o único.

Procuras influenciar o equilíbrio de poder em cada uma das oito regiões, enquanto simultaneamente buscas o apoio das diferentes fações. Há, no entanto, um pequeno grande senão. Cada apoiante que ingressa na tua côrte é menos um a contabilizar para a definição de maiorias sobre o terreno.  Convém também não esquecer que, quando a luta pelo poder é resolvida numa região, o seu resultado fica inscrito na pedra, sem possibilidade de mudança de fidelidades, até ao fim.

Além disso, e embora cada uma das tuas ações possa ter um longo alcance, o número de escolhas é deveras limitado. Não mais do que oito, cada uma para ser usada uma única vez. E sabes perfeitamente que as opções dos teus rivais são exatamente as mesmas. É por isso que o fator tempo se torna tão mais importante. Quando esperar, observar e passar. Quando agir. Que ação escolher. 

Como se tudo isto não bastasse, há ainda os franceses, aqueles vultos negros a pairar sobre o canal, pacientemente, à espera do vazio de poder, ou do caos, para invadir a ilha! Apesar de tudo, até isto pode resultar em teu proveito, não para seres coroado Rei, mas sim como líder unificador na resistência contra o invasor. 

The King is Dead é uma fascinante criação de Peer Sylvester, ilustrada por Benoit Billion, e publicada por Osprey Games. Muito fácil de aprender mas difícil de dominar, pois cada decisão é um dilema, extremamente equilibrado e sempre tenso, apelando tanto a jogadores casuais como aos mais experientes.