Os estudiosos dos mercados financeiros dizem que há umas anomalias, para cima, para rendibilidades positivas, que ocorrem no mês de janeiro. É algo conhecido desde 1942 (!), com mais expressão em empresas pequenas e jovens, mas que ainda não se compreende.
Otimismo natalício que se prolonga para o novo ano, aplicação de resultados, procura de novas apostas, informação incompleta. Quaisquer que sejam as causas, o mercado não parece capaz de eliminar o fenómeno e a situação continua a repetir-se.
Chamam-lhe: O Efeito Janeiro!
Esta é, portanto, uma altura apropriada para voltar à Bolsa, nesta versão da década de 1970, da editora portuguesa Karto.
O portfolio de ações, devidamente assinadas, datadas e bem ilustradas, é composto por títulos, representando 1, 5 ou 10 ações, de cinco companhias portuguesas de renome, e de diferentes setores:
TAP – Transportes Aéreos Portugueses;
Lisnave – Estaleiros Navais de Lisboa;
Sociedade Comercial Guérin, ligada ao setor automóvel;
Companhia de Seguros A Mundial;
Banco Pinto & Sotto Mayor.
Cada jogador-investidor procura obter o máximo valor, multiplicando os 25000 Kartos, a moeda local, com que começa o jogo. Para isso compra e vende ações, altera as cotações, recebe bónus, se tiver sorte, ou, mais frequentemente paga impostos, de mais-valias, sobre capitais ou sobre ações.
Há também lugar a dividendos extraordinários, para os detentores de títulos cujas cotações ultrapassam o topo da escala. E a falências, sempre que as cotações descem abaixo do mínimo.
E atenção, que não há direitos de exclusividade, pelo que cada jogador pode ter ações de quantas empresas quiser. Daí a alianças de ocasião, para benefício mútuo ou prejuízo de um terceiro, é um pequeno passo!
As cotações não variam aleatoriamente, mas por decisão de cada jogador em turno: primeiro, através da carta que seleciona da sua mão; depois, através da definição do significado que atribui a cada estrela – cada uma representa um título à escolha.
Duplicar o valor o valor ou passar a metade; subir 800 kartos em dois títulos e descer 500 em três; subir a TAP em 600 kartos, e baixar 300 em dois títulos.
Baixar valor para comprar ou para prejudicar os adversários. Subir, para depois vender ou para reduzir a perspetiva de lucro a quem comprar caro. Concentrar os investimentos num ou dois títulos, para ter um maior controlo. Diversificar e ficar exposto a constantes flutuações. E adaptar a estratégia à imprevisibilidade das cartas obtidas.
A carta que se joga determina também o movimento de um marcador na banda exterior do tabuleiro. E cabe ao jogador seguinte cumprir as instruções da casa onde o marcador fica!
Mais um elemento a ponderar no cartear, quando o que está em causa pode ser a atribuição de bónus aos adversários, pagos em ações ou em dinheiro, ou o pagamento por estes de diferentes tipos de impostos, ou mesmo a impossibilidade de realizar quaisquer transações.
Um jogo em que é preciso fazer algumas contas, como se ilustra nas regras. Contas de somar e de subtrair, uma quantas multiplicações e mais umas tantas percentagens (de 10% ou 50%, nada de muito complicado).
Pssst... não usem os telemóveis! É cálculo básico, a cargo dos jogadores ou, se preferirem, de um jogador que assume apenas o papel de banqueiro.
Um jogo simples de aprender e divertido, com um toque de regresso ao passado.
Jogo da Bolsa. Karto.