23 de dezembro de 2018

Glen More


Terras altas. Terras de clãs. Aldeias isoladas entre montanhas e lagos. Castelos e abadias. Pedra e madeira. Pura lã e gado. Cereais, destilarias e barris de whiskey! Esta é a Escócia de finais do século XVII, onde se situa Glen Mor, gaélico para Grande Vale, que alberga o lago Ness, esse mesmo, Loch Ness, a par do Loch Oich e Loch Lochy.

Para completar o ambiente o melhor é mesmo arranjar um kilt, ler as regras com sotaque escocês, adicionar uma lareira acesa e provar um bom malte da região de Inverness, como Glenmorangie, um nome muito apropriado!

Preparação para três jogadores

No início o teu território é apenas a tua aldeia, com um único membro do clã e meia dúzia de moedas. Nada de madeira, pedra, cereais, vacas ou ovelhas. Vai ser preciso fazer tudo!

Em cada jogada, podes tentar expandir o teu território, ativar terrenos para produzir recursos, comprar e vender no mercado, e mesmo promover membros do clã a chefes.

Cada carta de território tem características próprias. As pedreiras permitem obter pedras, naturalmente; para teres ovelhas, precisas de prados; pasto, para gado; florestas, para madeira; campos, para cereais. E há ainda destilarias, feiras, mercearias, matadouros, pontes e tabernas.

Por último, há terrenos especiais, com efeito imediato, quando são colocadas, como Loch Oich, que permite ativar todos os teus terrenos, ou apenas no final do jogo, como a Abadia de Iona, que confere pontos por certos tipos de território.

O objetivo é obter pontos de vitória, que estão associados aos barris de whiskey, chefes de clã e boinas, ou a cartas especiais.

Expandindo a aldeia

Toda esta variedade permite estratégias muito diferentes. Mas o jogo fica ainda mais interessante!

Em primeiro lugar, não se joga sempre pela mesma ordem. A vez cabe ao jogador que estiver em posição mais recuada no tabuleiro central, onde se apanham novas peças de território. No exemplo acima, de preparação para três jogadores, será a vez do jogador azul. E aqui começam os dilemas: avançar mais para alcançar uma carta estratégica, correndo o risco de ficar vários turnos sem jogar até ser novamente o último, ou avançar menos, e correr o risco de outro jogador tomar a peça pretendida?

Depois, porque muitas das cartas têm custos associados e é preciso ter os recursos certos, no momento certo.

Finalmente, porque há três momentos de pontuação ao longo do jogo, pondo em confronto opções de curto prazo, regularidade e a aposta na vitória ao cair do pano.

No mercado

As partidas a dois ou três jogadores não foram esquecidas, introduzindo-se aqui um “jogador fantasma”, o dado, que vai removendo aleatoriamente algumas das peças de território à espera de serem escolhidas, mantendo assim, de forma elegante, a incerteza típica dos jogos com mais participantes.

Em geral, um grande jogo numa pequena caixa, onde no final tudo cabe bem arrumadinho.

De volta à caixa

Cramer, Matthias. Glen More. Ravensburg: Ravensburger Spielverlag, 2010. Alea, Bernau.

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