8 de janeiro de 2019

Jeux & Stratégie, n.º 8


Este n.º 8 foi o meu n.º 1. A primeira Jeux & Stratégie. 1981. Edição de abril-maio. A porta de entrada para todo um novo mundo de jogos! De tabuleiro, mas não só.

Uma revista que surgia apenas de dois em dois meses. Intervalo de tempo mais do que suficiente para explorar a fundo as cerca de 100 páginas de cada número.

Imaginar alguns dos jogos descritos, aprender regras e estratégias, resolver quebra-cabeças. E destacar o tabuleiro contido nas páginas centrais, cortar e colar as peças, e experimentar.

E, depois, começar a espera pelo número seguinte. E assim foi, incluindo a passagem para edição mensal, para um novo formato e o fim de J&S.

Ainda hoje sei encontrar rapidamente alguns dos artigos desses tempos.


Um menu variado, como sempre.

A atribuição do prémio Peão de Ouro  ao jogo “Étoiles Filantes”. Algumas notícias da eletrónica, com a chegada da consola Atari a França. A apresentação de novos jogos: Quad-ominos, Magellan, Kamicubes e Zodiac.

Uma introdução ao gamão, com um pouco de história, as regras, princípios básicos de estratégia e de tática, uma partida comentada e um problema. Uma abordagem que se repetia, de revista para revista, apresentando novos jogos.

Seguiam-se questões de lógica, em formato de aventura espacial. E assim fiquei amigo dos Centaurianos, dos que diziam sempre a Verdade, dos que Mentiam por sistema, dos que Mudavam e mesmo dos que não faziam sentido!

Um artigo tendo por tema o uso de cores como matéria central em jogos simples de fazer, não necessariamente simples de jogar, incluindo o super cubo da capa, e as instruções para construir os 64 mini-cubos necessários! Não fui tão longe.

Outra rúbrica habitual, a de jogos para máquina de calcular, com as linhas de código necessárias para as HP34C ou TI 58/59. Era só dar às teclas.

Na secção de cartas, o Poker-mentiroso e o Trianon.

E ainda quebra-cabeças diversos, no reino das letras, números e outros símbolos, bem como as páginas de problemas de xadrez, tarot, scrabble (em francês, claro), bridge, damas francesas, go.


Os jogos de alianças constituíam o dossier principal, com destaque para o Diplomacy, um confronto entre as nações europeias do início do século XX, com um bom conjunto de ingredientes: importância da geopolítica, sendo verdadeiramente diferente jogar com cada uma das nações em presença; necessidade de alianças; negociações às claras ou em grupos restritos; ordens militares escritas em simultâneo por cada jogador; depois. a resolução, em simultâneo, o verdadeiro teste às alianças e a revelação das traições.

Um jogo “a sério” e de alta tensão!

Graças à possibilidade de pedir umas regras corrigidas, num tempo AM (antes do mail), que continham o desenho do mapa, e a algum, enfim, bastante, trabalho, para a época, foi possível recriar um tabuleiro, e experimentar um jogo que nunca chegaria cá. Mas isso é outra história.

Para além do Diplomacy figuravam Russian Civil War (SPI), Kingmaker (Philmar), Samurai, Hexagony, Machiavelli e Wizard’s Quest (todos da Avalon Hill).


Por último, não menos importante, o jogo original que vinha em cada número. Aqui, Tetrarquia, de Joël Gourdon e Jean-Pierre Pécau, mantendo a linha do tema principal, a diplomacia.

O império romano do ocidente o império romano do oriente. Dois lados, dois Augustos, dois Césares e dois Generais. Mas em que dentro de cada campo há também uma luta pelo poder, aspirando cada um dos 6 jogadores-personagens a chegar ao fim do jogo como Augusto. Legiões romanas e hordas de bárbaros a pressionar as fronteiras do Império. Envio de tropas e combates. Ouro e cobrança de impostos. Religiões. Epidemias, revoltas, fome, invasões, boas ou más colheitas. E claro, alianças, sempre de ocasião.

Um jogo com alguma complexidade e a precisar de seis jogadores.

Um bom começo, este n.º 8 que foi n.º1!

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