Tinham passado cerca de dezoito meses desde o convite, por entre aqueles tempos estranhos de relação intermitente com a pandemia. Estavam finalmente reunidas as condições para retomar o projeto. A exposição mantinha-se inserida nas iniciativas do American Corner da Biblioteca da Universidade de Aveiro, mas foi ganhando uma nova dimensão: a sala Hélène Beauvoir como espaço, mais amplo e acessível; expositores adicionais e com diferentes dimensões, significando mais jogos; e a possibilidade de fazer uma conversa à distância com um convidado americano. Desafio acrescido!
Altura, pois, de trabalhar o conceito da exposição. Os olhos percorriam as estantes. Caixas de diferentes cores e formatos. Algumas mais brilhantes, outras mostrando sinais do passar do tempo e do uso. Jogos do ano em curso, jogos com poucos anos, jogos com mais anos, jogos ainda mais antigos. Evocando memórias de tempos de jogo analógico, bem antes do digital chegar. Afinal, sou uma criatura da era 2AC: Antes de Catan, até Antes do Computador. Contrastando com a descoberta dos jogos de tabuleiro bem depois dos videojogos, que é feita agora pelas criaturas nascidas na era digital.
E assim surgiu o mote! Jogando desligado: cinco décadas de jogos de tabuleiro. Dos meus jogos de tabuleiro, numa perspetiva, portanto, pessoal, e não dos jogos representativos desta indústria, que lança novos jogos a uma velocidade vertiginosa. Tendo por objetivo mostrar diferentes tipos de jogos, a relação com o seu próprio tempo, a diversidade de temas, de processos, de componentes e de materiais. Com uma piscadela ao processo de criação de jogos. Com uma organização por módulos, para guiar o visitante através do espaço. Com informação sintética, mas suficiente para um primeiro contacto. Com uma pitada de interatividade.
Próximo passo: definir e conceber os módulos.
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