25 de abril de 2021

A Ilha dos Gatos: Parte II - Passos de gato

 


Exemplar do jogo cedido por Frank West, The City of Games

Ainda bem que decidiste vir! Parece que as minhas histórias de gatos despertaram o teu interesse, eh? Bem, e aqui estamos nós, na Ilha dos Gatos. Como podes perceber, pelos barcos ancorados, não estamos sós, há outros aventureiros por aqui, em busca de gatos, riquezas e fama. É melhor manteres-te perto de mim, observando e aprendendo com as minhas ações. Guiar-te-ei passo a passo. Este será um intenso dia de treino com as mãos na massa!




É o alvorecer. Está na altura de despertar!

Eu sei, por anos de experiência, o que vai acontecer em breve: os gatos vão sair dos seus esconderijos e dirigir-se, em números iguais, aos campos de ambos os lados da ilha. É como se fossem atraídos por nós, visitantes, aventurando-se nesta ilha, uma vez que aparecem sempre em número par, o dobro dos gatos, em relação ao número de exploradores na jornada. O que é intrigante, mas afortunado, uma vez que assim haverá gatos suficientes para toda a gente salvar.

Olha! Ali estão eles! Um Hissnipper e um Mhoxxite a olhar diretamente para nós, um Garmin à direita, um Teruvian a esticar-se encosta abaixo, e outro Teruvian ao lado, e mais uns quantos ao fundo. Uma vista maravilhosa, não é?

Sim, eu sei o impacto provocado pelo primeiro encontro com gatos às cores… mas agora para de mirar! Precisamos de tomar atenção e pensar rapidamente, uma vez que apenas poderão apanhar um de cada vez, dois no máximo, antes de os levar para o barco, esvaziar os cestos, e regressar para nova apanhada. E, entretanto, os campos ficarão à mercê dos outros, para fazerem as suas capturas. Precisamos por isso de delinear uma estratégia, de começar a fazer escolhas. Qual será hoje a nossa primeira opção? O Garmin de verde cristal?




Sim, claro, iremos às colinas, mas ainda tempos trabalho para fazer antes disso. Já te contei que são animais fugidios, que precisaremos de peixe para os atrair, e cestos grandes para os carregar até ao barco.

Primeiro, as primeiras coisas! E a primeira coisa do dia, de todos os dias, de facto, será pescar. Não és um pescador experiente, dizes? Não há problema! Os gatos são espertos, e terão escolhida esta ilha por boa razão: acontece que é abundante em peixe, tornando fácil a pescaria. Não há pressa, competição, dificuldades, para encontrar peixe fresco.

Concentremo-nos em apanhar vinte peixes fresco em cada dia. Nem menos, nem mais. Não me perguntes porquê, parece ser a quantidade certa para carregar. E será suficiente, quer para os gatos, quer para as nossas refeições. Caso, no final do dia, sobre peixe, guardá-lo-emos durante a noite, para nos servir amanhã. Os gatos não o recusarão.

Portanto, venham vinte peixes frescos!




Sim, sim … lá chegaremos às colinas. Mas antes, temos de nos sentar em círculo, com os outros aventureiros, e partilhar alguns planos para o dia. Bem, não os revelaremos todos, pois eles continuam a ser nossos competidores.

O dia passará depressa, pelo que será inútil considerar mais de sete passos de exploração. Porquê? Porque o tempo corre. E porque parece existirem por aqui alguns números mágicos: gatos aos pares, em dobro das pessoas, vinte peixes, sete passos … É uma ilha estranha.

Eis como isto funciona: primeiro pensamos nas sete possibilidades que temos para hoje; optamos por duas e passamos as restantes cinco a quem está sentado à nossa esquerda; ao mesmo tempo, recebemos cinco novas hipóteses, de quem está à nossa direita; escolhe mais duas; repete e, novamente, escolha duas; e uma última. No final voltamos a ter sete opções de exploração, mas não as mesmas que tínhamos no início.

Estarão em jogo cestos, botas de caminhada, lições, tesouros, gatos raros, peixe e alguns truques. Não é fácil, mas se o fizermos bem, aumentaremos as hipóteses de ter um bom dia. Claro que todos esperam alcançar o mesmo, e no final podemos mesmo todos vir a salvar mais gatos! 




Depois, é tempo de planear, já que cada passo implicará tempo e esforço, e também termos de comer! Assim, temos de escolher cuidadosamente o que vamos fazer durante o dia, sempre contando o peixe da nossa reserva, para garantir que teremos o suficiente para atrair uns quantos gatos.

Por isso, será avisado não querer fazer de mais em cada dia, equilibrando a exploração com o salvamento de gatos. Acho que ficamos apenas com estes quatro passos para hoje. O que te parece? Ok, e aqui vai, três, mais um, e mais outro, fazendo cinco peixes no total. Nada mau. Ainda ficamos com peixe suficiente para os bichanos. 




Não, ainda não é tempo de nos dirigirmos aos campos: é altura de estudar.

Pois, há lições para aprender em cada dia. Se recordares bem o que te disse, dias atrás, haverá lições que guardaremos para nós, não as partilhando com ninguém, e haverá lições para partilhar, lendo-as em voz alta, para que qualquer um possa fazer bom uso delas.

Tais lições, escritas pelos antigos, dizem-nos um pouco sobre o nosso próprio povoado, a nossa gente, revelando o que eles mais valorizam. Por isso, serão um guia precioso para esta jornada, se queremos ter uma receção calorosa no regresso. É necessário fazer as escolhas certas pelo caminho.




Ok, estamos quase prontos para correr encosta acima!

Vamos contar os cestos e dar-lhes o uso adequado. Lembra-te que alguns cestos são robustos, e podem ser usados uma e outra vez. Infelizmente, só trouxemos um desses no barco … pode valer a pena tentar arranjar mais alguns!

Entretanto, recorreremos a cestos que só serão usados uma única vez, já que estes gatos antigos têm garras, e não apreciam a viagem! Podemos até fazer cestos improvisados, um a partir de dois já quebrados.

Não te esqueças: um gato, um cesto.




Peixe, confere! Cesto, confere! Botas de caminhada, confere! Agora temos apenas de decidir se andamos, ou se tentamos deixar para trás os companheiros de jornada, de modo a podermos fazer a primeira escolha. Aperta as botas, porque elas são a chave para bem nos posicionarmos! 

Mas não te esqueças que, provavelmente, não teremos resistência para ultrapassar todos, todos os dias. É melhor encontrar o ritmo certo, para aproveitar ao máximo os cinco dias na ilha. 

Aqueles gatos no caminho da montanha, dizes? Estão sempre a observar-nos! É como se cada um deles tiver adotado um aventureiro distinto, e eles estão sempre por ali, em sincronia com a nossa posição nos campos. O roxo adotou-nos, e como vês, seremos os segundos a escolher no dia de hoje. Não que tenhamos qualquer vantagem, nem ara o caso, desvantagem, em salvar Vandermills, os gatos da mesma família do que nos observa. É como é, uma constante lembrança.




Chegou o momento há tanto esperado.

Foca-te nos cestos. Um cesto para cada gato. Dois cestos, dois gatos, ainda que normalmente um de cada vez. Não, esquece o Hissniper à esquerda, ou o Teruvian à direita. Um cesto carrega um único gato, mas pode ser de qualquer família. Deixa os desenhos de gato para o tempo caderno, como algo para mais tarde recordar.

Observa novamente os campos, os gatos que ainda lá estão em cada lado, o peixe na nossa reserva, os gatos já a abordo, o tempo de ir e vir, e depois … faz a tua escolha! 

Isso mesmo, os gatos do lado direito parecem estar sempre com mais apetite, e não virão por menos de cinco peixes … talvez porque a encosta seja mais inclinada, e normalmente demorem mais tempo a chegar à baía. É um pouco mais do que os três peixes necessários para os gatos do lado esquerdo. Algo a ter em conta no planeamento e na decisão sobre que gatos apanhar primeiro.




Boa captura, um Mhoxxite. Não foi assim tão difícil, pois não? Se tens peixe, terás um gato no cesto num piscar de olhos. Tão simples como isso!

Depois de apanhar um gato, há que rumar ao barco e libertá-lo a bordo. Ora não é uma coisa assim tão simples de se fazer, porque há muito em que pensar. Estas são criaturas que mudam de forma, e que requerem diferentes espaços no convés, circulando até por mais do que um compartimento. E, acima de tudo, não te esqueças das lições aprendidas.

Vejamos este Mhoxxite acabado de apanhar. Ficará melhor junto aos outros já a bordo, alargando a família, ou ficará em solitário? Preferiremos encher completamente o compartimento da lua a estibordo, mantendo o barco bem arrumado? Encontrará por nós um mapa de tesouro compatível? Afugentará alguns dos ratos? Ou deixá-lo-emos na amurada, de onde poderá ver, uma última vez, a ilha?

Tudo isto requer tempo de ponderação, e enquanto fazemos o percurso de ida e volta, os outros aventureiros estarão a tentar a sua sorte no resgate de gatos.




Agora que já salvámos alguns catos, e que as sombras alongadas assinalam o findar do dia, temos ainda tempo para um derradeiro movimento, para encontrar tesouros ou, talvez até, aqueles fascinantes Oshax.

E, uma vez mais, teremos de considerar como distribuir esta carga a boro. Talvez usemos os tesouros para preencher alguns espaços vazio, entre os gatos estendidos, para acabar de encher um dos compartimentos do barco, ou até para eliminar alguns dos ratos restantes!




Ao longo do dia fomos fazendo uso dos truques na nossa manga, para ganhar alguma vantagem: algum peixe adicional, um cesto novinho em folha para usar até ao fim da viagem, mais alguns tesouros. E podemos até ter ficado mais criativos no largar de gatos a bordo.

É todo um conjunto de coisas que não auxiliam a melhor completar a nossa missão. Mas to a atenção, os outros aventureiros, por seu turno, certamente também recorrerão aos truques que possuam.




À medida que a escuridão se entranha, todos os gatos adquirem aquele tom pardacento, tornando-se indistinguíveis, à medida que desaparecem dos campos para nunca mais serem vistos. Este dia chegou ao fim, e os campos de ambos os lados da ilha estão agora vazios. Na certeza, porém, de que amanhã, quando o sol fizer clarear a ilha uma vez mais, uma enxurrada de gatos, de outros gatos, encherá novamente os campos.




E pronto, está completado um dia inteiro na Ilha dos Gatos! Uma experiência e tanto, não é?

Após o quinto dia, os vigias avistarão as velas negras dos barcos de Vesh Mão-Escura. Não queremos deparar com uma frota dessas em mar aberto, nem ficar cercado na ilha. Será então tempo de partir.

Nada mais haverá a fazer: a missão chegou ao fim. Podemos descansar e admirar esta frota, agora bem mais colorida, navegando para casa.




Bem, não duvido que se encontrarão ainda alguns ratos a bordo, fazendo esta viagem de regresso por direito próprio, já que sobreviveram ao número crescente de gatos, e aos pesados tesouros espalhados pelo convés.




Após o regresso, em segurança, é tempo de fazer contas.

Como agora bem sabes, não se tratava apenas de salvar gatos, ou de reunir as maiores famílias de gatos. Isso claro que ajuda, no final, sem qualquer dúvida, mas as jornada foi também feita de lições privadas e partilhadas, tesouros, perícia na gestão do convés, e extermínio de rato!

Tudo isto conta, se queres ser saudado como o melhor salvador de gatos e caçador de tesouros! 




Posso afirmar, pelo teu olhar, que em breve regressarás à ilha, ou a ilhas semelhantes, tão grande é o apelo, e tão incerto o desfecho. E regressarás em companhia dos mesmos ou de outros exploradores, em família, ou até sozinho. Bem, nunca completamente sozinho, porque descobrirás que a tua irmã se infiltrou a bordo, e ela será uma temível adversária.



Agora vou repousar, antes de uma nova aventura, que já espera por mim mais à frente no caminho. Entretanto, não consigo deixar de imaginar como tudo isto deve parecer, na perspetiva de um gato, no alto da colina, espreitando o oceano para além da enseada, e busca de velas, barcos, e homens … 

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