De volta a casa. Depois de um caminho com muitos nomes. Depois de uma viagem em busca do conhecimento, em busca de mais conhecimento. Tanto fora como dentro de mim. Sobre este mundo e sobre outros. Sobre o que vemos e sobre o que apenas intuímos.
Olho para a estante, agora mais repleta de livros, relatando uma parte da história, fazendo também eles parte desta mesma história. Transportando o saber transferido dos mestres para as páginas, e das páginas para outros mestres, para aprendizes, para os aprendizes que somos sempre. Através da terra e através do tempo. Feitos presente e feitos memória.
Olho para trás. Vislumbro, na distância, o ponto de onde parti.
Este é, afinal, igual mas diferente do ponto a que agora regressei. Sim, ainda está no mesmo sítio em que o deixei. Há ruas e casas que parecem as mesmas, apenas um pouco mais velhas. Mas a cidade mudou, as pessoas mudaram, os usos e as modas já não são exatamente iguais. E talvez eu tenha mudado ainda mais, na forma de olhar, de perceber e de estar neste mundo.
Efeitos do caminho, dos encontros, das conversas, das experiências, das leituras, dos pensamentos, das companhias, da solidão. Resultado dos conhecimentos com que me fui cruzando, dos conhecimentos que passaram a fazer parte de mim.
Olho para trás. E vejo o longo caminho percorrido.
Esta viagem termina, aqui. Pelo menos no que diz respeito aquela que é feita de estradas, carruagens e estalagens. Há outra viagem que continua, enquanto a mente o permitir. Em busca do conhecimento. Para desvendar os mistérios, para partilhar o saber, para o por a uso. Em busca de mais conhecimento. Ainda.
Fim.
Foi uma viagem à boleia de Newton, um jogo de Nestore Mangone e Simone Luciani, Ediciones Mas que Oca (2018) sob licença de Cranio Creations.
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