15 de setembro de 2019

Sendo juíz

The Board Game Workshop Design Contest 2019

Juiz no Design Contest 2019, do The Board Game Workshop. Uma iniciativa alimentada pelo entusiasmo e dedicação de Chris Anderson! E mais uma experiência neste primeiro ano de regresso à Terra dos Jogos, um ano agora quase em vias de se completar.

A responsabilidade: apoiar criadores, contribuindo para a concretização das suas ideias.

O desafio: tratar de forma justa propostas muito diversas.

A dúvida: seria capaz?

A dúvida tinha sido antecipada: a página do concurso continha informações detalhadas sobre todo o processo, o papel dos juízes, o tempo de dedicação e, mais importante, sobre jogos submetidos em edições anteriores, permitindo a cada um vestir a pele de juiz antes de decidir.

Autoavaliação feita. Vamos a isto!

Mais de 100 projetos a partida. 
Mais de cem criadores, individuais ou em equipa. 
Muitos sonhos, ideias, projetos, horas de trabalho.
Jogos abstratos ou temáticos; cooperativos ou competitivos.
Tabuleiros e peças.
Mecanismos e combinações.
Para dois jogadores; para três, quatro ou mais.
Para quinze minutos de descontração ou para umas quantas horas.
Em fase de desenvolvimento diferentes.
Visando proporcionar experiências distintas.


Material disponível para a primeira fase do concurso: uma descrição curta e um vídeo de 2 minutos de duração. 

Talvez a fase mais difícil. Dois minutos é pouco tempo. Evitar ficar apenas pelas primeiras impressões, e tentar ver mais além. Evitar ser influenciado pelo nível de produção do vídeo, pela voz, pela animação ou pelas legendas. Evitar decidir com base nas preferências pessoais enquanto jogador. Por tudo isto, a pergunta mais difícil para mim foi, sem dúvida: “How excited are you to play the game?”.

Focar no jogo, em primeiro e em último lugar. Focar nos destinatários.

Optei, desde logo, por não tentar ver todos os jogos, por não avaliar jogos em que estava a sentir dificuldade em ver suficientemente de longe. Preferi dar tempo suficiente a cada proposta. Ver e rever os vídeos. Tentar perceber a intenção e vislumbrar o potencial.

Avaliei 19 jogos.


A caminho da segunda fase, a inovação desta edição: sessões de trabalho com os criadores!

Uma oportunidade para conhecer um pouco da pessoa por detrás do jogo.  Uma oportunidade para melhor perceber o trajeto, as ideias, os objetivos, as opções, os porque sim e os porque não. E assim melhor contribuir para o desenvolvimento, ouvindo, questionando, sugerindo, opinando.

Foram conversas com dois criadores, face a face, à distância, no espaço e no tempo, por cima do Atlântico, entre Portugal e os EUA. E mais umas quantas mensagens para continuar a polir o jogo, a preparar as regras e a desenvolver um vídeo de até quinze minutos de duração.

Parabéns Chris, por esta ideia! 
Muito interessante e enriquecedor, para além de possibilitar um contributo mais efetivo!


E chegamos à segunda fase, agora já com as regras completas do jogo e os tais vídeos mais longos. A implicar uma maior disponibilidade para digerir a informação, imaginar o jogo em ação, avaliar equilíbrios e desequilíbrios, virtudes e problemas.

Dediquei o tempo a apenas dois jogos.


Falta a fase três: testar a coisa de verdade, um protótipo completo. Claro que isto tem de ser feito no local, por um painel de juízes, pelo que a minha contribuição fica por aqui, acreditando que muitos destes projetos se vão tornar de facto em jogos, disponíveis por aí!

4 comentários:

  1. Boa. Isso é aquele exercicio do editor...

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    1. Sim! Muito interessante de fazer; e de sentir que se pode contribuir um bocadinho para melhorar a experiência :)

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  2. Mais de 30 anos depois atinges algo pelo qual sonhavamos nos anos 80! Parabéns, Miguel!

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