31 de março de 2019

Onde os dias e as noites não se sucedem



De volta a casa, finalmente!

À vista familiar das cidades e das montanhas que flutuam no ar. As grandes naves que vagueiam através do céu, velas desfraldadas ao vento. Os balões, movendo-se para cima e para baixo, transportando mercadorias das ilhas de produção. A luz do sol, brilhante.

Tantas memórias emergindo rapidamente. Sinto como se não tivesse deixado o planeta há tanto tempo. 

Exceto por uma coisa. Enquanto no planeta azul noites e dias sucediam-se, marcando o ritmo e proporcionando descanso, aqui nunca há escuridão no lado norte, e nunca há luz no hemisfério sul. E isso está a ser mais difícil de superar do que o desfasamento provocado pela viagem através do espaço.

As pessoas adaptaram-se, através dos tempos, de modo a tornar possível a vida em ambas as áreas. As actividades e o comércio foram segregados, em conformidade. As florestas e os campos de cultivo encontram-se a norte, e a madeira e o trigo resultantes são transportados para o sul. Pedras e água, abundantes na parte inferior, fazem o percurso inverso.

E, por isso, viajar por este mundo, abastecendo todos, é mais do que um trabalho: é uma missão merecedora das maiores honras.

Sim. Esta é a minha casa. Isto é Solenia!


Cidades flutuantes


De velas desfraldadas ao vento


Mais um carregamento concluído


Em busca de matérias-primas


Através dos céus

Água

Noite estrelada


Dujardin, Sébastien, Solenia, Frasnes, 2018: Pearl Games.
Ilustração de Vincent Dutrait.

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